domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os movimentos sociais reunidos no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, reafirmam seu compromisso com a luta por justiça social, soberania, pela integração solidária da América Latina e de todos os povos do mundo, pelo fortalecimento do multilateralismo, contra o Imperialismo, pela autodeterminação dos povos e contra todas as formas de opressão. Neste sentido, convocamos todos (as) para a Assembléia Nacional dos Movimentos Sociais a ser realizado no dia 31 de maio, em São Paulo e afirmamos nosso apoio a Assembléia Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras a ser realizada em 01 de junho de 2010, também na cidade de São Paulo, ambos encontros serão momentos de ampliação e fortalecimento dos debates e da pauta democrática, que segue inicialmente centralizada nos seguintes pontos:



SOBERANIA NACIONAL

Ø Defesa do Pré-sal 100% para o povo brasileiro.

Ø Pela retirada das bases estrangeiras da América Latina e Caribe.

Ø Pela retirada imediata das tropas dos EUA do Afeganistão e do Iraque.

Ø Defesa da autodeterminação dos povos.

Ø Pela criação do Estado Palestino.

Ø Contra a desestabilização dos governos democráticos e populares da América Latina, contra os Golpes de Estado, a exemplo de Honduras.

Ø Contra a presença da 4ª Frota na América Latina.

Ø Pela integração solidária da América Latina.

Ø Fortalecimento do MERCOSUL, UNASUL e da ALBA.

Ø Defesa da Amazônia como patrimônio nacional.



DESENVOLVIMENTO

Ø Por uma política nacional de desenvolvimento ambientalmente sustentável, que preserve o meio ambiente e a biodiversidade, e que resguarde a soberania sobre a Amazônia brasileira.

Ø Por um Projeto Nacional de Desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho.

Ø Pelo fortalecimento da indústria nacional.

Ø Contra o financiamento público às grandes empresas brasileiras que atuam nos países latino americanos com base em um modelo de desenvolvimento insustentável, que aprofunda desigualdades.

Ø Em defesa da Reforma Agrária e contra o latifúndio.

Ø Redução da jornada de trabalho sem redução de salários.

Ø Por políticas Públicas para a Juventude.

Ø Defesa de formas de organização econômica baseadas na cooperação, autogestão e culturas locais.

Ø Pela alteração da Lei Geral do Cooperativismo e da conquista de um Sistema de Finanças Solidárias e Programa de Desenvolvimento da Economia Solidária (PRONADES), do Direito ao Trabalho Associado e Autogestionário, e de um Sistema de Comércio Justo e Solidário.

Ø Desenvolver as finanças solidárias pela apropriação das comunidades e dos trabalhadores de seus fluxos econômicos e financeiros, de forma coletiva e autogestionária, para que o sistema financeiro esteja a serviço da sociedade e do bem viver de todos.

Ø Em defesa da democracia econômica, popular e solidária, com políticas públicas de apoio ao crédito, capacitação e estímulo a formalização de grupos informais.

Ø Valorização do trabalho livremente associado e da democracia construída pelos trabalhadores a partir da autogestão e do uso coletivo da propriedade.

Ø Regulamentar a aposentadoria especial, aos trabalhadores que laboram em atividades de risco, conforme determina a constituição federal.

Ø Aprovação da PEC 438/01 contra o trabalho escravo e atualização dos índices de produtividade da terra.

Ø Direito a biodiversidade, produção livre de agrotóxicos e transgênicos, que o Estado seja um comprador dos produtos da economia solidária e que incentive o diálogo e a promoção do consumo sustentável.



DEMOCRACIA

Ø Contra os monopólios midiáticos.

Ø Pela universalização da internet de banda larga através da rede estatal Telebrás que detém 30 mil Km de infovias, como forma de democratização da comunicação.

Ø Contra a criminalização dos movimentos sociais.

Ø Em defesa da cultura livre, que todo o processo de criação e difusão seja livre, garantindo aos sujeitos sociais condições suficientes para criarem e acessarem todos os bens culturais.

Ø Pela ampliação da participação do povo nas decisões e controle popular.

Ø Democratizar os meios de comunicação, visando à pluralidade de opiniões e o respeito e difusão das opiniões das minorias.

Ø Pela criação imediata de um canal aberto de televisão pública. Pela integração da TV pública brasileira ao projeto da Telesul. Fortalecimento das rádios e TVs públicas e comunitárias. Concessão de linhas de financiamento a projetos de criação de novas TV’s, Rádios, Jornais e Revistas de grande circulação por parte dos movimentos sociais populares quando da mudança do modelo analógico para o modelo digital brasileiro.

Ø Contra o caráter restritivo a distribuição de conhecimento e propriedade intelectual; pela revisão da lei de direito autoral brasileira, enfocando nos novos formatos de distribuição de conteúdo em mídias digitais.

Ø Contra a intolerância religiosa, em defesa do Estado laico.

Ø Petrobrás 100% estatal, sob o controle dos trabalhadores e acelerar a transição da matriz energética para combustíveis menos poluentes.



MAIS DIREITOS AO POVO

Ø Pelo fim das patentes de remédios.

Ø Ampliação da educação popular como base sistemática da construção do poder popular.

Ø Educação pública, gratuita e de qualidade para todos e todas, com a universalização do acesso, promoção da qualidade e incentivo à permanência, seja na educação infantil, no ensino fundamental, médio e superior.

Ø Por uma campanha efetiva de erradicação do analfabetismo.

Ø Adoção de medidas para democratizar o acesso ao ensino superior público.

Ø Defesa da saúde pública, garantindo acesso da população a atendimento de qualidade.

Ø Tratamento preventivo às doenças, atendimento digno às pessoas nas instituições públicas.

Ø Pela garantia e ampliação dos direitos sexuais reprodutivos.

Ø Pelo fim do fator previdenciário e por reajuste digno para os aposentados.

Ø Lutar por Bens comuns e serviços públicos significa afirmar os princípios de soberania alimentar e se posicionar contra as privatizações de serviços públicos e da natureza, além de afirmar a responsabilidade do Estado na garantia de direitos como saúde, educação, acesso à água e saneamento.

Ø É necessário priorizar a agricultura camponesa e familiar, mudar o modelo energético para que outro que garanta a sustentabilidade ecológica, o que só será possível com o fim do financiamento ao agronegócio.

Ø A produção industrial e a agrícola devem estar voltadas para o mercado interno e para um modelo sustentável, que diga não às patentes, à privatização da biodiversidade, da água e das sementes, recuperando a função social do uso da terra.

Ø A água é um bem público que deve ser utilizado de forma democrática e responsável. É urgente o fim da exploração depredatória dos recursos naturais, que tem comprometido a sobrevivência das populações e das gerações futuras.



REFORMA URBANA

Ø Aplicar o Estatuto da Cidade na prerrogativa da função social da propriedade; justa distribuição da terra e dos recursos originários dela.

Ø A propriedade tem que cumprir função social o déficit habitacional é produto da sociedade de classes e resultado das relações de mercado. Reivindicamos reforma urbana plena e com urgência, para que as populações menos favorecidas que moram em habitações indignas e insalubres, não sofram com os desastres naturais que colocam em risco suas vidas.

Ø PEC 285- Moradia digna e apoio a Campanha Internacional “Despejo Zero”.



GÊNERO, POLÍTICAS RACIAIS

Ø Pelo fim do extermínio da juventude negra.

Ø Pela aprovação do estatuto da igualdade racial.

Ø Por Políticas Públicas de Igualdade Racial.

Ø Pela garantia da autonomia do corpo das mulheres, e legalizar o aborto em toda a América Latina.

Ø Contra a mercantilização do corpo das mulheres e a exploração sexual de mulheres e meninas.

Ø O reconhecimento do trabalho das mulheres e o questionamento da divisão sexual do trabalho estão no centro do debate sobre autonomia econômica feminina. Para isso, é necessário construir novas relações sociais e um novo modelo econômico. O modelo dominante só considera como econômicas as atividades realizadas na esfera mercantil, desconhecendo uma imensa quantidade de trabalho doméstico, de cuidados, e para o auto-consumo, na maioria realizados por mulheres. Além disso, desvaloriza o trabalho assalariado realizado pelas mulheres.

Ø A violência contra as mulheres, realidade presente em todos os países, precisa acabar. É preciso dar visibilidade às lutas das mulheres contra a violência sexista, a partir da sensibilização da sociedade e da elaboração de demandas aos Estados, além da realização de campanhas de educação popular que apontem para a conscientização feminista.

Ø Queremos evidenciar as conseqüências diretas das guerras e conflitos nas vidas das mulheres, que vão além das enfrentadas pela população masculina dos países que vivem essa realidade. Em contextos de guerra, a apropriação do corpo das mulheres é vista como recurso, forma de controle, intimidação ou troféu.

Ø Além da denúncia do papel dos fabricantes de armas, que tanto lucram com os conflitos e interferem politicamente em seus rumos, queremos dar visibilidade a responsabilidade dos Estados e da ONU, cujas tropas trazem mais violência às mulheres.



SOLIDARIEDADE

Ø Solidariedade ao povo haitiano diante do recente desastre ocorrido em virtude de uma sequencia de terremotos.

Ø Solidariedade ao povo cubano – pela liberdade dos 5 prisioneiros políticos do Império.

Ø Solidariedade aos povos oprimidos do mundo.



Calendário de Ações:

MARÇO – 08 de março – “DIA INTERNACIONAL DA MULHER”.

MARÇO - 8 de março a 17 de outubro - Ação Global 2010 da Marcha Mundial das Mulheres

MARÇO – JORNADA DE LUTAS DA UNE E UBES.

MAIO– 01 de maio – “DIA DO TRABALHADOR”.

MAIO – 31 de maio - ASSEMBLÉIA NACIONAL DOS MOVIMENTOS SOCIAIS.

JUNHO – 01 de junho - CONFERENCIA NACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA.

SETEMBRO - 28 de setembro – Dia de Luta contra a criminalização das mulheres que fazem aborto e Dia de Luta pela Legalização do Aborto.

NOVEMBRO - 20 de novembro – Dia da Consciência Negra.

NOVEMBRO - 25 de novembro – Dia de combate a violência contra as mulheres.

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