quinta-feira, 18 de março de 2010

15/03 (Segunda – Feira) – Cajamar a Jordanésia

Maternidade como decisão e não como destino: debate sobre nossas experiências.

Ao caminhar pela manhã de Cajamar a Jordanesia 8 km tivemos muita animação, principalmente o estado Piauí gritos de ordens, músicas etc., o dia manheceu chuvoso e bem frio.As mulheres novamente na caminhada buscando alternativas para a vida.
O tema de formação neste dia 15 (segunda feira) em Jordanésia foi uma das bandeiras de luta da Marcha mundial de Mulheres, a legalização e descriminalização do aborto: “Maternidade como decisão e não como destino: debate sobre nossas experiências” A atividade começou com a dinâmica do cochicho na qual em grupo as mulheres conversaram por 20 min a partir de três perguntas: Como as mulheres vivem a maternidade? Como encaram o aborto? Como têm acesso a métodos de prevenção da gravidez? As mulheres inscritas apresentaram à plenária o resultado do cochicho e como era de se esperar quando se debate o assunto alguns relatos afirmaram que o aborto é um crime a não ser em caso previstos em lei quando a mulher é estuprada ou corre risco de vida. Destaco a fala de uma militante de São Paulo que diz que tem mulheres que se dizem contra o aborto mas já abortou e as clinicas estão em toda parte e que as de luxo cobram R$ 6 mil reais para um aborto seguro.“Quem tem dinheiro, faz aborto com segurança. Quem não tem, corre risco de vida.”, O debate sobre o aborto foi polêmico pois algumas mulheres do grupo concordavam apenas em casos de estrupos principalmente quando ocorre caso de pai e filha ou irmão e vinculado a violência. O aborto é uma desição pessoal e as mulheres é que decidem porque são donas do seu corpo e o questionamento é: Cadê o homem que engravidou, porque a culpa é da mulher que abortou? As que ainda não são mães responderam que sentem vontade de ser mãe e ter uma familia porque gostam de criança e têm experiências em educação infantil, destacarm que já participaram de varias capacitações em seminários sobre maternidade responsável com temas que capcitam para lidar com a criança. Disseram também que pretendem ter filhos e assumir a maternidade com o (a) parceiro de forma igualitária e sobretudo destacarm a gravidez planejada para essa construção familiar como uma responsabilidade do casal. Outras questionaram o fato da cobrança dessa maternidade pela sociedade que as julga impotentes ou com problemas pelo fato de decidirem não ser mães como se as mesmas fossem obrigadas a parir para serem mulheres. As que já são mães depuseram que sentem-se realizadas mesmo quando nse trata de uma gravidez planejada. Outra mulher destacou que sofreu muita violência todas as vezes que engravidava pelo fato do marido não aceitar a gravidez, não aceitar metódos contraceptivos como a camisinha e ainda culpá-la pela gravidez como se ele não tivesse nenhuma responsabilidade sobre o caso.
Em relação a prevenção, no relato, algumas mulheres disseram que usam camisinha principalmente aquelas que ainda não são casadas; as que são casadas usam para evitar doenças sexualmente transmissíveis porque muitas vezes o marido tem relações extraconjugais e a mulher sente-se mais segura evitando DST/AIDS. Na plenária as discussões refletiram as conversas do cochicho porem surgiram questionamentos como o fato de mulheres que querem ter filhos mas não conseguem por problemas de saúde, outras por não terem autonomia econômica e enquanto isso outas fazem abortos clandestinos sem acompanhamento medico e isso é risco de vida principalmente para as adolescentes. Outra destacou que as mulheres negras e pobres são vitimas dessas clinicas e que o número de mortes dessas mulheres já torna-se uma questão de saúde pública.O sistema de saúde deve orientar a adolescente para a prevenção da gravidez indesejada, a escola também é um lugar onde os educadores devem passar as orientações sobre sexualidade e debater esse tema sem preconceitos ou tabus.Para a sociedade a mulher deve cuidar da casa, da família, ter filho, ter estudo avançado, ter trabalho esquecendo que o homem também fazem parte desse processo. Porque então que a sociedade patriarcal destina apenas à mulher cuidar da saúde dos filhos, da educação, do lazer, dos cuidados dentro da família e outros? De acordo com os relatos existem muitas mulheres que decidem não ter filhos porque a responsabilidade com os mesmos as privam das relaçõs com a sociedade e com o trabalho pois não têm no Estado politicas públicas que assegurem direitos como creches e licença maternidade que as permitam criar seus filhos. Relataram que existem cobranças do meio social em que vivem pelo fato de não poderem sair para festas ou reuniões sociais restringindo a sua participação como ser social ficando apenas no espaço doméstico A mesa estava composta pelas palestrantes: Tatau Godinho, da diretoria da SempreViva Organização Feminista (SOF), Ana Carolina Pieretti, médica ginecologista e militante da Consulta Popular, e Fabíola Paulino, diretora de mulheres da União Nacional dos Estudantes. Tatau após as falas esclareceu que a Marcha Mundial das Mulheres não propõe que o aborto seja um método anticoncepcional. Ela também desmistificou a idéia de que são as mulheres jovens, desinformadas e irresponsáveis que praticam aborto. “Como o aborto é criminalizado, há poucos dados sobre sua prática. Mas até onde a gente saiba, a maioria das mulheres que abortam são casadas e já têm filhos,Quando dizemos que consideramos o aborto um crime, precisamos parar e refletir o que isso significa. Queremos que as mulheres que abortaram sejam julgadas, condenadas e presas? E por que só elas e não os homens que as engravidaram:" Algumas falas deixaram claras que quando a mulher engravida deve tomar todos os cuidados para que não use o aborto como método e sim demonstrar a sua própria opção e sua escolha de não ter filhos.Quando a mulher faz o aborto o homem não se responsabiliza e a deixa sozinha ou acredita que não tem participação porque a sociedade criminaliza apenas a mulher.A igreja é contra o aborto mas não reconhece o fato que muitas mulheres morrem em conseguencia dos abortos clandestinos e que o fato não é apenas matar criancinhas mas responsabilidade na prevenção e educação e o combate às clinicas calndestinas visto que a séculos que o aborto acontece em todas as classes sociais e que os governantes e religiosos fogem do debate. È por isso que dizemos que "Essa hipócrisia dá hemorragia" E importante que a mulher vá ate o hospital fazer seu aborto tranqüilo e seguro com responsabilidade com a sociedade.
Quando se discute da autonomia da mulher é também para que ela tenha direito de decidir sobre o próprio corpo sendo dona da sua vida então assim ela decide se quer ter filhos ou não como também tem alternativas para sair das situações de violências causadas pelas relaçoes machistas.O homem machista não vai ao posto de saúde buscar preservativo sempre quem vai e a mulher.
Quando a menstruação não vem e decidem abortar o certo é que procurem um profissional de saúde mas muitas das mulheres tomam remédios por não poder pagar uma clinica e correm riscos.Quando uma jovem tem um filho ela perde a liberdade de conhecer coisas novas, não vai a festa, deixa de estudar, não tem um apoio da sociedade, vive isoladamente da vida normal. Se os homens engravidassem o aborto seria legal!
Relatoriando hoje dia 15 - Percina Santos Sousa - MST São João do Piaui.


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